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‘MONUMENTAL VEXAME’ Para Gilmar, ‘autoridades omissas devem responder por atos de barbárie’

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Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes usou suas redes sociais neste domingo (8) para repudiar a invasão de prédios dos três Poderes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, por manifestantes bolsonaristas.

“Na data de hoje, foi levado a efeito um complexo plano criminoso de abolir, violentamente, o Estado Democrático de Direito. Alguns executaram, outros financiaram, mas não importa: todos precisam ser punidos. A maior responsabilidade, contudo, recairá sobre as autoridades omissas”, afirmou.

O ministro publicou nota na qual afirma que a República foi “exposta a monumental vexame”.

“Os atos de barbárie aos quais acabamos de assistir mancharam nossa história e nos envergonham perante a comunidade internacional de nações. Obviamente, a execução desse plano criminoso de depor o governo constituído, de abolir, mediante violência, o Estado Democrático de Direito, não nasceu por abiogênese. É uma comunhão de esforços criminosos: alguns executaram, outros tantos financiaram, planejaram, estimularam. Se uns atuaram, muitos outros ajudaram pela omissão”, escreveu Mendes.

De acordo com o decano do Supremo, a maior responsabilidade pelos atos de hoje, responsabilidade inclusive criminal, recai sobre as autoridades constituídas que, “há tempos, deveriam — por dever de ofício – atuar para combater esse neofascismo tupiniquim”. Gilmar Mendes destacou que, desde as “domingueiras” de 2019, passando por um ou dois setembros impatrióticos, chegarmos agora, “aos acampamentos golpistas de porta de quartel, foram muitos os ataques às instituições e aos seus membros”.

Na nota, ele citou com indignação os atos de vandalismo com ônibus incendiados no Setor Hoteleiro e a tentativa de ato terrorista no Aeroporto de Brasília, mediante explosão de caminhão-tanque, ocorridos antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no último dia 1º.

“Até que, agora, e como desenvolvimento consequente, prédios históricos de nossa República foram destroçados. Nossas instituições, todavia, não morreram. Quem morre várias vezes em vida é apenas o covarde, nos recorda o Bardo. Sim, aqueles omissos que hoje estão com as mãos sujas. Morreram moralmente. Párias que são, apequenaram-se por motivos mais irrelevantes que suas respectivas insignificâncias”, destacou.

O ministro ainda ressaltou na nota que há esperança para todos, “até para tais prevaricadores”. Nesse sentido, em referência a personagens da mitologia grega, afirmou que “terão destino semelhante ao de Heróstrato”. Obcecado para entrar na história, ateou fogo ao templo de Ártemis para ser para sempre lembrado pelos gregos. “Será pela infâmia que omissos serão lembrados: por não combater o golpismo, a lei e o processo penal tratarão de eternizar seus nomes — no rol dos culpados”, completou.

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