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Fux reúne presidentes de tribunais e defende diálogo permanente no Judiciário

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Em reunião com presidentes dos tribunais brasileiros e de entidades representativas da magistratura, o presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, defendeu o diálogo permanente entre os integrantes do Poder Judiciário e apresentou os principais eixos de ação da Justiça brasileira no próximo biênio.

“Nós temos o objetivo maior de imprimir a força da inteligência artificial, da Justiça digital em todos os tribunais. Vamos tornar simples a atuação judicial e simplificar o acesso à justiça”, declarou. E completou “O objetivo de promover esse encontro colaborativo nesse momento do início minha gestão à frente do CNJ e do STF, é para que todos saibam que estamos abertos para trocarmos as nossas experiências e vencermos juntos as nossas dificuldades”.

Luiz Fux lamentou as adversidades enfrentadas em virtude da pandemia da Covid-19, mas observou que a conjuntura permitiu mostrar à população que os trabalhos não foram interrompidos.

“Todos os processos relativos à pandemia, ao conflito de competência, ao estabelecimento de posturas sanitárias, as causas inerentes à competência administrativa de cada entidade da federação, foram levados a efeito com seriedade por todas as Cortes numa demonstração inequívoca de que o nosso Poder Judiciário continua atuante em todos os setores”.

Projetos

Durante o encontro, o ministro apresentou projetos que serão implementados ou aperfeiçoados, tanto no âmbito do CNJ, quanto do STF. Ele anunciou a criação da nova Plataforma Digital do Poder Judiciário (PDPJ), uma ferramenta tecnológica para a gestão da jurisdição digital.

“Pretendemos integrar todos os tribunais do país, mantendo o PJe [Processo Judicial Eletrônico] como sistema patrocinado pelo CNJ. A colaboração entre os tribunais, que será gerada com o uso da PDPJ, certamente levará à redução substancial de custos e ao aumento de entregas de soluções de tecnologia da informação”, esclareceu.

Fux destacou o Programa Fazendo Justiça, cujo objetivo é fomentar o diálogo entre os atores do sistema penal e do sistema socioeducativo em todos os níveis da Federação. “Acreditamos que somente com a contribuição de todos, por meio de articulações interinstitucionais, será possível avançar na solução desse problema tão complexo que é a questão do sistema prisional em nosso país”, destacou.

Segundo ele, a iniciativa tem um espectro amplo, atinge todas as etapas do ciclo penal e socioeducativo e tem por escopo a promoção de ações que garantam os direitos das pessoas privadas de liberdade, bem como a redução da superpopulação prisional.

Informações estratégicas

O presidente do CNJ e do STF destacou ainda a criação do Escritório Corporativo de Políticas Judiciárias Nacionais e de Projetos Institucionais, um centro de informações estratégicas para acompanhamento e suporte metodológico para execução das políticas judiciárias nacionais.

“Nesse campo de projetos, temos o CNJ, que é a nossa instituição que permite o desenvolvimento de projetos mais criativos e de interesse nacional. O CNJ também se dedicará à criação de ordens normativas para programas emergentes ainda não versados na legislação”, ressaltou.

Participações

Falando em nome dos desembargadores federais, o presidente do Tribunal Regional Federal da 1a Região (TRF1), desembargador Ítalo Mendes, destacou a importância do encontro e falou sobre os desafios que a conjuntura apresenta a todos os membros do Poder Judiciário. “No futuro, o ano de 2020 será objeto de discussões. Enfrentamos a maior pandemia dos últimos 100 anos e que vai trazer reflexos para todos nós. Mas posso garantir que, nesses seis meses, a informatização do Poder Judiciário avançou, no mínimo, 20 anos”, destacou.

Pelos tribunais de Justiça, falou o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) e presidente do Colégio de Presidentes dos Tribunais de Justiça (Codepre), desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha, que ressaltou as incertezas geradas pela pandemia do novo coronavírus.

“Ao mesmo tempo, é gratificante ouvir o presidente Luiz Fux dizer que está aberto ao diálogo franco, aberto e direto com todo o Poder Judiciário. Isso nos conforta muito, porque não sabemos por quanto tempo ainda enfrentaremos o distanciamento social”, declarou.

TREs

Representando os tribunais eleitorais, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) e presidente do Colégio de Presidentes dos Tribunais Regionais Eleitorais (Coptrel), desembargador Jatahí Júnior, lembrou a atuação do ministro Luiz Fux à frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018 e ressaltou que os problemas enfrentados naquela ocasião devem se repetir nas eleições municipais deste ano. “Na ocasião, o presidente Fux lançou as bases para o enfrentamento às fake news, projeto que até hoje orienta as ações do tribunais eleitorais”, destacou.

Já o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 18ª Região e presidente do Colégio de Presidentes e Corregedores dos Tribunais Regionais do Trabalho do Brasil (Coleprecor), desembargador Paulo Sérgio Pimenta, destacou o viés democrático, plural e participativo sinalizado pelo encontro com os presidentes dos tribunais. Ele destacou que a pandemia da Covid-19 é situação excepcional que marca a gestão e que somente a união oferecerá condições para o enfrentamento e a superação do problema. “Fomos obrigados a nos adaptar, remodelando nossos aviões em pleno voo”, avaliou.

Com informações do CNJ

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