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Justiça decide que bolsonarista que matou petista vai a júri popular

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O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decidiu que Jorge Guaranho, o eleitor de Jair Bolsonaro (PL), vai a júri popular pelo homicídio duplamente qualificado do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda. O crime ocorreu em 9 de julho, na festa de aniversário do petista, que tinha como tema o partido e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com a TV RPC, afiliada da Rede Globo, a decisão foi proferida nesta quinta-feira, 1º, pelo juiz Gustavo Germano Francisco Arguello, da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu.

Além do júri popular, o juiz também negou que Guaranho aguarde o julgamento em liberdade, pois prevê que a medida é para garantir a ordem pública. Ainda não há data para que o bolsonarista seja submetido ao Tribunal do Júri.

O magistrado ainda manteve as qualificadoras do crime, que são motivo fútil e o réu ter colocado outras vidas em perigo na ocasião. Em nota à emissora, a família de Arruda disse que a sentença foi coerente. A medida ainda cabe recurso.

Relembre o caso

Na noite de 9 de julho, Guaranho, assumidamente apoiador do presidente Bolsonaro, foi até a Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, onde ocorria a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, decorada com as cores do PT e com fotos de Lula. 

O policial penal chegou em um carro, com a esposa e o filho de três meses no banco de trás, tocando no rádio do veículo, em volume alto, uma música da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2018 e gritando palavras como “Mito” e “Aqui é Bolsonaro”.

Após um desentendimento entre os dois, o bolsonarista saiu prometendo retornar para matar o petista. E ele cumpriu a promessa. Pouco tempo depois, chegou na festa atirando contra Arruda, que revidou e acertou até seis tiros no bolsonarista. Após cair no chão, Guaranho também foi agredido com pelo menos 20 chutes de convidados, conforme imagens das câmeras de segurança do local. Essas pessoas estão sendo investigadas em um inquérito separado.

Desde o ocorrido, no início de julho, o bolsonarista estava internado em uma unidade de saúde de Foz do Iguaçu. Ele teve alta no início de agosto do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, onde estava sob custódia policial, por estar em prisão preventiva decretada pela Justiça. Ele foi denunciado por homicídio duplamente qualificado, por motivação fútil e por colocar em risco a vida das pessoas. 

Após a alta, a Justiça concedeu prisão domiciliar a ele. Devido à decisão, o filho do petista divulgou uma nota em seu perfil do Instagram, em que expressou seu “total desapontamento” com a Justiça. Leonardo afirmou que, enquanto ele e os irmãos não têm mais a presença do pai para comemorar o Dia dos Pais, Guaranho poderia celebrar a data ao lado da família em casa, mesmo sendo réu por homicídio.

No dia 12 de agosto, a Justiça revogou a prisão domiciliar do policial penal e determinou que fosse transferido para o Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A mudança ocorreu após ter sido encaminhado um novo documento que afirma que o Complexo Médico Penal tem condições adequadas para receber Guaranho.

Com informações do Terra

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