O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, disse que a grande tarefa que o Brasil terá pela frente será a pacificação do país e a superação da polarização. Prestes a deixar o STF, o ministro é cotado, inclusive, para ser indicado pelo presidente eleito Lula para compor o novo governo.
“Em primeiro lugar, acho que a grande tarefa que cabe a todos nós é pacificar o país”, afirmou ele durante o Fórum Esfera Brasil, evento com empresários realizado em Guarujá, litoral paulista.
“Superar a polarização que nós vivemos nos últimos anos, exacerbada pela campanha eleitoral, pelo período eleitoral, e também pelas mensagens de ódio e das fake news. Nós temos que deixar isso para trás e vivermos o novo momento”, continuou.
Lewandowski também defendeu a harmonia entre os Poderes e uma menor atuação do Judiciário no campo da política. Ao longo dos últimos quatro anos, Poder Executivo e Judiciário estiveram em tensão constante, frente a ataques e ameaças do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“O segundo grande desafio que eu vejo é que é preciso restabelecer a harmonia entre os Poderes”, afirmou o ministro, frisando que é preciso que isso aconteça “sem, evidentemente, que eles percam a sua independência”.
“É preciso, a meu ver, despolitizar um pouco a jurisdição. É preciso que nem todos os problemas que são próprios da política sejam resolvidos pelo Poder Judiciário”, disse.
Em uma fala de cerca de dez minutos, Lewandowski elencou o que considera serem os dez principais desafios que aguardam o país, citando os mais variados temas, como reforma tributária, segurança pública e fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde).
O magistrado será o primeiro a sair da corte e abrir vaga para nova indicação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Caso não decida se aposentar antes, ele completa em maio 75 anos, idade em que os juízes precisam se aposentar compulsoriamente.
Com informações da Folha de São Paulo