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Maria Cristina Peduzzi comemora protagonismo feminino nas cortes

Foto: TST/Reprodução

jurinews.com.br

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Primeira mulher a presidir o Tribunal Superior do Trabalho (TST), entre 2020 e 2022, a ministra Maria Cristina Peduzzi fez um breve resumo à frente de umas mais dinâmicas cortes de Justiça do país. Ela relatou aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Ana Maria Campos os desafios que se impuseram ao tribunal e à Justiça trabalhista no período crítico da pandemia de covid-19. Comentou, ainda, temas relevantes sobre a condição feminina, como a presença de mulheres nos espaços de poder.

Peduzzi lembrou que, pouco depois de assumir a presidência do TST, em fevereiro de 2020, o tribunal foi obrigado a modificar toda a rotina na prestação da Justiça. A magistrado observou que o cenário ficou menos adverso graças à reforma trabalhista, que já previa o exercício remoto, e às medidas provisórias determinadas à época.

“As normas editadas já tinham um arcabouço normativo que disciplinava esse tipo de trabalho. Nos adaptamos à realidade e deu certo. Fizemos um sistema totalmente online em que o trabalhador fazia suas colocações à Justiça de forma digital, sem precisar de um advogado para apresentar documentos físicos em cartório. Isso facilitou muito e até hoje está funcionando”, contou.

A ministra destacou que modelos não presenciais apresentaram benefícios logísticos, tanto para empregados quanto para empregadores. Ela considera o trabalho presencial “ideal”, mas acredita que a tendência é o sistema híbrido. “Sem dúvida é uma nova feição, até porque vivemos a revolução tecnológica 4.0”, emendou.

O trabalho realizado à frente do TST rendeu à ministra uma prova de reconhecimento. Ela é finalista do Prêmio de Inovação Judiciário Exponencial, na categoria Liderança Exponencial, pela gestão nos últimos dois anos. A votação ocorrerá em 24 de outubro, com o anúncio dos vencedores no dia seguinte.

De origem gaúcha, Maria Cristina Peduzzi iniciou a graduação em direito na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Concluiu o curso na Universidade de Brasília e, em seguida, foi professora na instituição.

Antes de ingressar na magistratura, acumulou experiência no meio jurídico. Trabalhou na advocacia em tribunais superiores e, por um curto período, atuou como integrante da Procuradoria-Geral da República. A magistrada ressaltou que sua trajetória foi essencial para ser indicada ao TST em 2001, pelo então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso.

“Acumulei uma experiência e acreditei que poderia contribuir com o tribunal superior. Dentro daquilo que escolhi fazer, o importante não é fazer o que gosta, é fazer bem o que tiver que fazer. Me realizei como magistrada, exerci tudo que podia no Tribunal. Foram momentos muito engrandecedores em que depositei todo o amor que tinha. Por isso, acredito que a pandemia foi mais um desafio do destino na minha carreira”, disse.

Peduzzi deixou a Presidência do TST em fevereiro deste ano. Mais do que um desafio profissional, a pandemia representou um marco pessoal. Ela foi infectada duas vezes pelo coronavírus. Na primeira ocasião, em setembro de 2020, quando ainda não havia vacinas, ela passou três semanas internada. “A primeira vez foi ‘braba’. Mas graças a Deus orei muito, fui tratada por grandes médicos e consegui vencer.”

Ela fez um relato a respeito da luta contra a doença. “Quando estava no hospital, correndo risco de vida, teve um dia em que amanheci dizendo: vou viver. Sonhei com anjos, crianças e com Natal. Tomei aquilo como um aviso de Deus e realmente acreditei ali que iria sobreviver. Mas nunca desanimei, porque acho que para tudo que fazemos a gente tem que ter coragem, fé e força”, contou.

Com informações do Correio Braziliense

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