O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, fez uma defesa veemente da democracia, do sistema eleitoral e da confiabilidade das urnas eletrônicas numa palestra para empresários em São Paulo na sexta (23). Em sua fala, ele disse que os próprios ouvintes, que comandam grandes negócios, confiam em sistemas muito mais complexos para fazer a transferência de valores bilionários, em escala muitas vezes mundial.
O sistema que dá suporte às urnas eletrônicas, afirmou ele, é muito menos complicado, e igualmente seguro.
O magistrado contou que há poucos meses conversou sobre ele com o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Eu falei: ‘O senhor que é economista, que transmite ou transfere enormes somas de dinheiro, o senhor alguma vez duvidou do sistema [financeiro], uma caixa preta, digamos assim, muito mais complexo do que a urna eletrônica?’”, relatou Lewandowski aos empresários reunidos pelo grupo Esfera Brasil.
Segundo o magistrado, as urnas são “maquininhas muito simples”, que podem ser comparadas às que comerciantes usam em seus pontos de venda. “Não têm segredo nenhum. Quando vamos a uma loja, vemos o lojista calculando o valor, e nunca duvidamos daquela somatória. Por que haveríamos de duvidar dessa maquininha [a urna eletrônica] de calcular, que no momento de sua operação está totalmente desvinculada da internet?”, questionou.
“As urnas somam quantos votos cada candidato teve, e fazem a soma”, seguiu o magistrado. Ele dá outro exemplo de sistema extremamente sofisticado nos quais as pessoas confiam: o do Pix, por meio do qual milhões de transações financeiras são feitas diariamente no Brasil.
As urnas, disse ele ainda, são “muito modernas”, testadas há mais de 25 anos e “objetos de desejo” de muitos países. “Podem tomar sol, chuva, cair de uma altura de quatro metros sem sofrer qualquer dano. Podem ser transportadas de barco, de caminhão e de helicóptero aos mais longínquos rincões do país.”
Com informações da Folha de São Paulo