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Jovem agredida faz relato nas redes. Dirigente pede afastamento do cargo e OAB-RN concorda

jurinews.com.br

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O caso de supostas agressões envolvendo um dirigente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Norte (OAB-RN) e uma estudante de Medicina de 18 anos, durante o show de Gustavo Lima no fim de semana, em Natal, teve novos desdobramentos ao longo do domingo com uma decisão corporativa a favor do advogado acusado de praticar agressões físicas e morais.

Após a grande repercussão do lamentável ocorrido, a jovem relatou sua versão nas redes sociais. Por sua vez, o o secretário-geral da OAB-RN, Francisco de Assis Cunha, rebateu as supostas agressões através de nota e pediu afastamento do cargo. A Seccional potiguar da OAB concordou com o pedido e, sem se solidarizar com a vítima, optou por deferir o afastamento como forma de proteger seu então dirigente.

Em nota divulgada em grupos de WhatsApp, o dirigente acusado das agressões agradeceu: “Queria agradecer também aos muitos amigos e até desconhecidos que têm me procurado para me apoiar. Não é fácil”, disse.

Segundo relatos da estudante envolvida no caso, que prestou queixa à Polícia Civil, o homem teria se dirigido a ela e dito “eu vou te dar um murro” e, em seguida, teria empurrado o rosto dela em direção a uma mesa. Ainda segundo ela, o homem teria ameaçado as amigas dela e dito que elas “não sabiam com quem estavam se metendo” e contou ainda que “para completar ainda agrediu meu primo com um soco”.

A jovem seguiu afirmando: “Sempre lutei pelos meus direitos, nunca aceitei nada menos do que mereço. Tenho 18 anos e em nenhum dia da minha vida meu pai pelo menos alterou a voz ao se dirigir a mim. Nenhum namorado sequer tocou de forma errada e nenhum amigo fez nada parecido. Então, não é hoje que vou aceitar um cara sem caráter, sem índole alguma, me desrespeitando publicamente!”.

Ainda na postagem, ela afirmou que o advogado teria alegado que “ela estava louca”, que nunca a havia visto na vida e, ele com a esposa, teriam debochado dela na delegacia de Polícia.

NOTA OFICIAL DA OAB-RN

Ainda nas últimas horas do domingo, após divulgação dos fatos pela JuriNews, a OAB-RN emitiu nota oficial. A entidade confirmou que foi comunicada do acontecimento “envolvendo um membro de sua diretoria” e que, diante dos fatos, “o Secretário-Geral da Seccional solicitou seu licenciamento por trinta dias por ser o maior interessado que os fatos sejam apurados com imparcialidade e deseja exercer sua defesa sem qualquer vínculo com a instituição”. O pedido foi deferido pela instituição.

A nota foi entendida pela classe dos advogados como corporativa e machista, ao mesmo tempo, não se solidarizou com a vítima.

Algumas advogadas ouvidas pela JuriNews lembraram que no caso da advogada, então presidente da Caixa de Assistência dos Advogados do RN (CAARN), Monalisa Dantas, essa chegou a ser sumariamente afastada por fatos ainda hoje não comprovados publicamente pela OAB-RN.

O QUE DIZ O ADVOGADO

Em nota, que foi repassada em grupos de WhatsApp na tarde do domingo, Assis Cunha disse que está sendo condenado nas redes sociais, antes de ter o direito a falar a sua versão. Segundo o relato do advogado, a versão que está sendo veiculada nas redes “é totalmente equivocada”.

“Eu não agredi a jovem nesse show e nunca na minha vida agredi ninguém. Meu comportamento como ser humano, minha índole e o meu caráter não me permitem agir assim. Jamais faria tal gesto”, garantiu.

O advogado afirmou que está sendo vítima de julgamento precipitado e relatou também que entende a comoção e indignação. “Eu mesmo sou um defensor do direito das mulheres, a começar pelas mulheres da minha própria família. Quem me conhece sabe disso. Lamento de verdade tudo isso e gostaria de ter a oportunidade de conversar com a moça e com a família dela, mostrar quem eu sou e qual é a minha conduta”.

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