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Marco Aurélio Mello diz ter se arrependido de assinar carta pela democracia, usada como “instrumento político”

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O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, afirmou nesta quinta-feira (25) ter se arrependido de assinar a “Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito”, elaborada pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

“Se soubesse que o manifesto seria usado como instrumento político para fustigar o atual governo e apoiar um candidato de oposição, no caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eu não o teria assinado”, disse em entrevista à CNN.

“Se arrependimento matasse, vocês estariam encomendando a minha missa de sétimo dia”, acrescentou.

OPERAÇÃO CONTRA EMPRESÁRIOS

O ex-ministro do Supremo criticou a operação da Polícia Federal (PF) contra um grupo de empresários que teria defendido um golpe de estado em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de outubro.

“Não vi com bons olhos o que ocorreu com os empresários. Havia como investigar sem atos tão violentos”, avaliou Marco Aurélio.

Os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, no âmbito do inquérito das milícias digitais. A ação ocorreu após o site Metrópoles divulgar os prints das conversas no WhatsApp que mostram os empresários, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), supostamente manifestando apoio ao golpe.

“Em direito penal, não se pune a simples cogitação [de um golpe]. Não temos o crime de opinião. Precisamos de temperança, de entendimento entre os poderes, cuidar das desigualdades que no país tanto nos envergonham.”

Segundo Marco Aurélio, cabia ao relator — Alexandre de Moraes — “ouvir o Ministério Público, ouvir o estado acusador. O Supremo é simplesmente estado julgador”.

ELEIÇÕES

O ex-ministro do STF afirmou que “o ex-presidente Lula foi ressuscitado politicamente pelo Supremo, fechando as portas para uma terceira via”.

“Como cidadão e eleitor, sou favorável a abrir-se o leque e ter-se vários candidatos para escolha pelos eleitores”, disse.

Questionado se aceitaria ser ministro da Justiça caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) o convidasse, Marco Aurélio afirmou que “jamais seria auxiliar do Presidente da República.”

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