Uma reflexão do juiz João Carlos Germano, de Taubaté (SP), em comentário distribuído a um grupo de magistrados no WhatsApp, está circulando nas redes.
Ele cita um caso específico mostrando sua dedicada atuação e generaliza rebatando os argumentos de que o Judiciário é moroso porque os juízes não trabalham com afinco.
A JuriNews traz a reflexão para compartilhar também com você.
Confira a seguir o texto do juiz João Carlos Germano:
“Se tornou lugar-comum ouvir que o Judiciário é moroso, tentando-se a todo custo atribuir aos juízes a injusta pecha de não trabalharem com afinco e dedicação.
Ontem despachei em um processo de réu preso que o inocente foi preso em 13 de dezembro de 2021, dias antes do recesso, e em 24 de janeiro de 2022 foi feita a audiência de instrução e julgamento.
A sentença foi proferida em 17 de fevereiro de 2022.
Foi interposto recurso pelo réu e o processo foi julgado em segundo grau em 16 de maio de 2022.
Transitou em julgado para a última parte em 13 de junho de 2022, o processo baixou em 14 de 2022, mesma data em que foi determinada a expedição de aditamento à guia provisória.
Portanto, em seis meses, o ex-inocente foi julgado de forma definitiva e o processo concluído com julgamento em duas instâncias.
Na vara que atuo, como regra, os processos de réu preso são sentenciados antes de completar os 90 dias previstos para a reavaliação da prisão cautelar.
A pauta para os processos de réu solto é inferior a três meses.
Essa realidade acima retratada é a mesma em diversas outras varas, assim como na maioria das câmaras do Tribunal de Justiça de São Paulo, mesmo diante do excessivo volume de serviço a que todos estão submetidos.
Não consigo entender como a narrativa da morosidade e da pouca dedicação ao trabalho se impõe, mesmo diante de uma realidade tão diferente.
O Judiciário falha muito na sua comunicação ou na divulgação do seu trabalho, talvez por estar ocupado demais fazendo o seu trabalho com dedicação e comprometimento“.