O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que a manutenção da cassação do deputado estadual do Paraná Fernando Francischini (União Brasil) pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) foi um recado da Corte ao presidente Jair Bolsonaro (PL), do qual é coordenador da campanha à reeleição.
“Eu perdi já a esperança. Eu tinha a esperança que internamente o Supremo conseguisse se resolver e evitar esse arroubos individuais de alguns em momentos diferentes, que são aberrações jurídicas. Olha, o que fizeram com o deputado Francischini: uma aberração jurídica sem tamanho, uma perseguição que ele sofreu organizada por algumas dessas pessoas para mandar recado para Bolsonaro”, afirmou Flávio Bolsonaro.
“Como se fosse o seguinte: olha, se alguém falar que o processo eleitoral tem algum problema é isso que vai acontecer você vai ser cassado, preso. Isso acontece na Coreia do Norte, em Cuba, não era para acontecer no Brasil”, continuou.
Foram três votos a dois contra a decisão monocrática do ministro Nunes Marques que derrubou a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra Francischini.
Os ministros Nunes Marques e André Mendonça votaram favoráveis ao parecer. Já Edson Fachin, presidente do TSE, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes foram contra.
Procurado pela CNN, o STF disse que não comentará as declarações de Flávio Bolsonaro.
Mapa da fome
Flávio Bolsonaro alega que os beneficiários do Auxílio Brasil podem passar por dificuldade, mas não passam fome. A fala acontece após a divulgação do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil.
Atualmente, 33,1 milhões de pessoas não têm o que comer no país. São 14 milhões de brasileiros a mais em insegurança alimentar grave em 2022 na comparação com 2020.
“Quem recebe 400 reais por mês de Auxílio Brasil pode ter dificuldade, mas fome não passa. O presidente Bolsonaro zerou os impostos federais sobre arroz, feijão, zerou impostos de importação sobre os derivados do petróleo que vem para abastecer as nossas redes de postos.”
“Quer dizer, o que está ao alcance dele ele tá fazendo. Agora, mais uma vez, óbvio que tem pessoas que passam dificuldade, mas talvez por não conseguirem ter ainda acesso a um programa social do governo que, sem dúvida alguma, ampararia essas pessoas, né?”
7 de Setembro
Para o parlamentar, o dia 7 de Setembro deste ano “será uma grande manifestação popular”, para que o país entenda mais uma vez “de que lado o povo está”, fazendo referência à Suprema Corte.
“O político tem brigar por isso. O político tem brigar pela preferência do povo. Não é um membro do Judiciário que tem que brigar por isso. Mas as próprias pessoas estão se vendo motivadas a irem para a rua no 7 de Setembro esse ano, exatamente pra somar a esse grito de socorro que o presidente Bolsonaro está dando para a população.”
“Me ajude, você está vendo o que está acontecendo com o Brasil. Vamos ter uma democracia que a gente não está tendo hoje. Então, isso que motiva. O que é que dá razão para a pessoa ir para a rua no 7 de Setembro? É o Bolsonaro ou são essas poucas pessoas do Supremo?”, disse.
Com informações da CNN Brasil