O ano para a advocacia baiana começou em meio a problemas técnicos no pagamento dos alvarás emitidos pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), que desde a última segunda-feira (10) passaram a ser feitos pelo novo sistema BRBJus, do Banco de Brasília (BRB). Além dos inúmeros transtornos causados na migração da administração dos depósitos judiciais do Banco do Brasil para o BRB, os advogados baianos foram surpreendidos com uma ‘inovação’ trazida pelo convênio que comprova a desvalorização que a classe enfrenta.
Em uma clara medida de aviltamento da profissão, agora é possível sacar alvarás em lojas de lingerie, de material de construção, farmácia e até funerária no interior da Bahia. No município de Xique Xique, os advogados podem comparecer a Ousada Lingerie, já em Caculé basta ir até a Funerária Santa Teresa. Esses são alguns dos locais escolhidos para funcionar como postos de atendimento do BRB em cidades baianas. A relação completa dos postos de atendimento pode ser conferida no site do banco (Veja aqui)
A ‘inovação’ do convênio do BRB com o TJ-BA pegou os profissionais de surpresa, e, inclusive, alguns estão receosos com a novidade.
“Nunca pensei em ter que ir a uma loja de lingerie sacar um alvará. É cômico se não fosse ridículo”, disse uma advogada em contato com a JuriNews. Um outro advogado declarou: “Funerária é um dos últimos lugares que quero ir”.
Inicialmente sem previsão de atendimento presencial, o BRB se comprometeu a instalar agências de atendimento nos próximos meses. Apenas duas estão funcionando até o momento, uma no Fórum Ruy Barbosa e outra no TJ-BA.
Enquanto isso, a advocacia baiana terá que recorrer aos inusitados postos de atendimento.