O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, condenou nesta segunda-feira (4/8) o que chamou de conluio entre brasileiros e forças estrangeiras para atacar a democracia e a soberania do país. A declaração foi feita durante a cerimônia de 80 anos do Instituto Rio Branco, no Itamaraty.
A fala do chanceler, dirigida a uma plateia de diplomatas, foi interpretada como uma referência à articulação do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL) e do jornalista Paulo Figueiredo. Ambos teriam atuado para que os Estados Unidos sancionassem ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Mauro Vieira classificou a articulação como “ultrajante” e disse que os envolvidos são “amantes confessos da intervenção estrangeira”. Ele declarou que tais tentativas não terão sucesso em subverter a ordem democrática brasileira e que a soberania nacional não é moeda de troca. “A Constituição Cidadã não está, nem jamais estará, à venda, em nenhuma mesa de negociações”, disse o ministro.
O chanceler reforçou que a justiça brasileira não se curvará a pressões externas. “Tenho enorme orgulho e senso de responsabilidade por liderar o Itamaraty neste momento histórico, na defesa intransigente da democracia brasileira”, afirmou. Em sua fala, Mauro Vieira destacou o papel da diplomacia na preservação dos interesses nacionais, lembrando que a política externa deve ser pautada por princípios constitucionais e pela autodeterminação dos povos. Ele elogiou o corpo diplomático brasileiro, afirmando que o Instituto Rio Branco tem sido essencial na formação de profissionais comprometidos com a defesa da legalidade democrática.