A defesa da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu nesta quinta-feira (15) a revisão da pena e a absolvição da parlamentar no caso da tentativa de invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) havia condenado Zambelli a 10 anos de prisão, além da perda do mandato e da inelegibilidade por 8 anos, por envolvimento no plano que previa a emissão de falsos mandados de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes.
Os advogados da deputada alegam que não há provas concretas que a vinculem aos atos do hacker Walter Delgatti Neto, conhecido como “Vaza Jato”. Apontado pela defesa como mitomaníaco (portador de compulsão por mentir), Delgatti teria dado depoimentos contraditórios à Polícia Federal e à CPI do 8 de Janeiro. Segundo a defesa, suas declarações deveriam ser desconsideradas. “Walter Delgatti Neto é verdadeiro mitômano que tem na mentira prática corriqueira”, diz trecho do pedido.
O hacker foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão. Ambos, ele e Zambelli, deverão pagar R$ 2 milhões em indenização por danos morais e materiais coletivos.
A condenação de Zambelli ocorreu por unanimidade na 1ª Turma do STF, e foi relatada pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, alvo do plano. Ele também determinou a perda do mandato da parlamentar, que só será efetivada após o trânsito em julgado da decisão.
A PF havia indiciado Zambelli e Delgatti em 2024, sob acusação de tentar inserir falsos alvarás de soltura e mandados de prisão no sistema do Judiciário, usando assinatura falsificada de Moraes. Delgatti afirmou em depoimentos que recebeu R$ 40 mil para realizar os ataques e que o ex-presidente Jair Bolsonaro teria prometido anistia caso fosse condenado. Zambelli nega ter encomendado ou financiado qualquer invasão.