O procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a manutenção do ministro Nunes Marques como relator do inquérito da operação Overclean no Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação apura um esquema de corrupção que teria desviado R$ 1,4 bilhão em emendas parlamentares por meio de contratos superfaturados e licitações fraudulentas.
A manifestação ocorre após a Polícia Federal (PF) solicitar que o processo fosse redistribuído ao ministro Flávio Dino, responsável por outras ações sobre emendas na Corte. Segundo Gonet, a distribuição das relatorias deve ser “livre” e há processos sobre o tema sob relatoria de diferentes ministros, sem necessidade de centralização.
ESQUEMA ENVOLVE POLÍTICOS DE OITO PARTIDOS
Deflagrada em dezembro de 2024, a operação Overclean investiga desvios de recursos públicos que teriam ocorrido entre 2018 e 2024, envolvendo políticos e pessoas ligadas a MDB, PP, PSD, PSDB, PT, Republicanos, Solidariedade e União Brasil. O esquema teria atuado em prefeituras e no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), com foco na Bahia, mas também com ramificações em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.
A operação é conduzida em parceria pela PF, Controladoria-Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal.