O tenente-coronel Mauro Cid disse à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (5) que seu advogado Cezar Bitencourt se confundiu ao dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sabia do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ao delegado Fábio Shor, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro disse que não poderia confirmar se o ex-presidente sabia do plano Punhal Verde e Amarelo, já que ele mesmo não tinha conhecimento.
A informação de que Bolsonaro sabia do plano foi dada em uma entrevista à GloboNews no dia 22 de novembro. Minutos depois, na mesma entrevista, o advogado disse que não havia sido bem compreendido.
Em depoimento, a PF voltou a questionar Cid sobre a trama golpista e pela primeira vez perguntou especificamente sobre o plano Punhal Verde e Amarelo, que, segundo a PF, consistia na execução de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
De acordo com fontes da investigação, Cid voltou a responder sobre a participação do general Walter Braga Netto na suposta trama golpista.
O militar assinou em setembro de 2023 um acordo de colaboração premiada e seus depoimentos têm embasado investigações que miram o governo Bolsonaro, como a tentativa de golpe de Estado, a fraude de cartões de vacina contra a Covid-19 e a venda das joias sauditas recebidas pelo ex-presidente. Ao todo, Cid já prestou 14 depoimentos.
O novo depoimento à PF ocorreu duas semanas após o tenente-coronel ter sido ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e ter mantido os benefícios da colaboração premiada.