A 8ª Vara Criminal Federal de São Paulo rejeitou um pedido de arquivamento e autorizou a Polícia Federal a abrir um novo inquérito sobre a “máfia das creches”. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), segue sendo investigado por suspeita de receber propina de uma entidade com contrato na área de ensino infantil.
A defesa de Nunes tentou encerrar a investigação, iniciada em 2019, alegando ausência de provas, mas a juíza Fabiana Alves Rodrigues concordou com a argumentação da PF sobre a complexidade do caso, que envolve 116 suspeitos. A magistrada também aprovou o desmembramento do processo em novos inquéritos.
De acordo com a PF, a Associação Amiga da Criança e do Adolescente (Acria), que recebeu R$ 49,8 milhões da prefeitura, tem ligações suspeitas com o prefeito. A presidente da entidade aparece como funcionária de uma empresa administrada pela esposa e filha de Nunes. Além disso, o prefeito e a empresa teriam recebido R$ 31,5 mil de uma gestora de creche acusada de emitir notas frias. Quando vereador, Nunes também teria empregado uma parente de diretores da Acria.
Em sua defesa, Ricardo Nunes afirma que os pagamentos mencionados pela PF são referentes à prestação de serviços e promete apresentar documentos que comprovem a regularidade das transações.