Durante o julgamento do assassinato de Marielle Franco, o promotor Fábio Vieira defendeu a seleção de jurados composta apenas por homens brancos de meia-idade. Em sua argumentação, ele destacou que as mulheres sorteadas para o júri foram dispensadas e afirmou que a composição não comprometeria a imparcialidade. “Achei muito interessante a composição do júri: pessoas de meia-idade, de pele clara. As mulheres sorteadas foram dispensadas”, declarou Vieira. “Qualquer pessoa, independente de raça ou religião, vai ver esse processo e chegar à mesma conclusão”.
Vieira também criticou interpretações que associam o crime a motivações ideológicas, apesar das pesquisas realizadas por Ronnie Lessa, um dos réus, revelarem termos hostis à esquerda, como “morte ao PSOL”. Segundo o promotor, muitos homicídios são movidos por sentimentos “primários e ilícitos” e não por ódio ideológico.
A promotora Audrey Castro revelou que diversos promotores desistiram de atuar na Promotoria do 4º Tribunal do Júri, onde o caso é julgado, devido ao impacto emocional e ao histórico do caso Marielle. “Muitos colegas desistiram. Pensei, me convenci, e decidi: ‘Não vou me acovardar'”, afirmou.
Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, acusados de serem os executores, confessaram o crime em acordo de delação premiada e podem enfrentar penas que somam até 84 anos.