A Justiça do Rio de Janeiro autorizou a quebra do sigilo de dados eletrônicos e mensagens dos envolvidos no caso de infecção por HIV em pacientes que receberam transplantes de órgãos na rede estadual de saúde.
A decisão, da juíza Flavia Fernandes de Melo, inclui o acesso a mensagens, e-mails e conversas em aplicativos de bate-papo dos sócios e funcionários do laboratório PCS Lab Saleme, de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense. Ao todo, sete pessoas são investigadas.
O laboratório é acusado de emitir laudos falsos que indicavam a ausência do vírus HIV em dois doadores de órgãos, quando na verdade ambos eram positivos para o vírus. O erro resultou na infecção de seis receptores de órgãos. A Polícia Civil cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e prendeu dois suspeitos, incluindo Walter Vieira, um dos sócios do laboratório.
Segundo o delegado André Neves, a investigação apontou que o laboratório utilizou reagentes fora da validade, comprometendo os resultados dos exames de HIV. A motivação, segundo a polícia, seria a redução de custos para aumentar os lucros. Um dos sócios do laboratório alegou, em depoimento, que uma falha humana na transcrição dos resultados dos testes pode ter sido a causa do erro.
O Ministério da Saúde instaurou uma auditoria no sistema de transplantes do Rio de Janeiro e o laboratório PCS Lab Saleme foi interditado cautelarmente.
Com informações da Agência Brasil