O Ministério Público Eleitoral (MPE) iniciou uma investigação na segunda-feira (16) para apurar a briga entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB), que culminou com Datena agredindo Marçal com uma cadeira. O incidente ocorreu durante um debate transmitido pela TV Cultura.
Em nota, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) declarou que tomará “medidas cabíveis para garantir a lisura do pleito”, reprovando o comportamento dos candidatos que “colocam a democracia em xeque”. A instituição destacou a importância de manter o debate no campo das ideias e prometeu atuar para preservar a tranquilidade do processo eleitoral.
A briga começou após uma série de provocações de Marçal, que, ao ser sorteado para fazer uma pergunta, questionou Datena sobre quando ele desistiria da corrida eleitoral. A tensão aumentou quando Marçal acusou o jornalista de assédio sexual, alegação que Datena negou, afirmando que o caso foi arquivado pelo Ministério Público por falta de provas.
Marçal continuou as provocações, chamando Datena de “arregão” e relembrando outro confronto anterior. Em resposta, Datena partiu para cima de Marçal com uma cadeira, e a TV Cultura interrompeu a transmissão para exibir comerciais.
A nota divulgada pelo MPSP reforçou o compromisso do órgão com a lisura do processo eleitoral, garantindo que medidas serão tomadas para evitar novos incidentes.
O debate, que deveria ser um espaço para a troca de ideias, terminou em violência, e o MPSP afirmou que a população paulistana “espera que, daqui em diante, o processo eleitoral siga da forma mais tranquila possível”.
Confira a íntegra da nota divulgada pelo MPSP nesta segunda-feira:
“O MPSP vem a público manifestar sua veemente reprovação às cenas presenciadas na noite deste domingo, quando a falta de urbanidade e lhaneza demonstrada por candidatos que pleiteiam o cargo de prefeito da maior cidade do país culminou em agressão física. Desperdiçou-se, assim, a oportunidade de debater ideias e esclarecer os mais de 9 milhões de eleitores que irão às urnas no dia 6 de outubro para exercer um direito inalienável de todo cidadão: votar. Perplexa, a população paulistana, cujos direitos compete ao Ministério Público resguardar, conforme estabelece a Constituição Federal, em seu artigo 127, espera que, daqui em diante, o processo eleitoral siga da forma mais tranquila possível, limitando-se os embates ao campo das ideias, como deve ser. O MPSP informa ainda que a instituição, por intermédio dos promotores de Justiça com atribuição eleitoral, tomará as medidas cabíveis para garantir a lisura do pleito, reprimindo comportamentos que colocam em xeque a democracia, valor tão prezado pelo conjunto dos brasileiros.
“Paulo Sérgio de Oliveira e Costa
“Procurador-geral de Justiça”