O ano de 2020, sem sombra de dúvidas, poderá ser considerado inesquecível. Afinal, a pandemia pegou o mundo de surpresa, mostrou para muitos a proximidade da morte, revelou a clara pobreza existente no nosso país e no mundo, tendo forçado uma mudança na lógica de vida de muitos.
Apesar de considerar que me adaptei rapidamente à nova lógica de vida, certamente em razão da proximidade do meu núcleo familiar, da possibilidade de continuar trabalhando de forma mais eficiente e confortável de casa e, em especial, da rapidez como defini a nova rotina, ampliando o tempo de leitura e mantendo os exercícios físicos, algo tem chamado a minha atenção.
Costumo planejar o ano, os meses, as semanas e até mesmo os dias, anotando e dividindo as prioridades, os prazos e imaginando a aparição de imprevistos.
Entretanto, ultimamente, tenho percebido que estou constantemente atropelando minha agenda.
A partir da referida constatação, resolvi fazer o questionamento a outras pessoas, especialmente em razão da importância de aprender com as experiências dos outros.
Você tem o hábito de respeitar a sua agenda?
De cara já respondo que não tinha, porém, nas últimas semanas, estou constantemente desrespeitando-a.
Será que é porque:
Estou trabalhando de casa e no escritório?
Estou recebendo muitas ligações telefônicas durante o dia?
Os grupos de WhatsApp não param?
As pessoas estão mais ansiosas e tudo passou a ser para ontem?
Algumas pessoas, talvez pela ansiedade, não distinguem mais dia útil de dia não útil? Horário de expediente e horário de almoço?
O número de e-mails cresceu?
O PJE mudou o ritmo da justiça?
Após passar algumas manhãs longe do celular, cheguei a conclusão que, em que pese a evidente importância dos smartphones, nos dias de hoje, em alguns momentos, eles estão atrapalhando. Afinal, se dividirmos nossas competências em PESSOAL e PROFISSIONAL, após uma manhã sem acessar o celular, percebemos ligações, mensagens e e-mail em todas as áreas.
E o que fazer quando, por uma característica masculina, você não consegue fazer mais de uma coisa por vez?
Novamente a resposta mais acertada é planejar.
Planejar as demandas do dia, separando-as em áreas ou competências; definir horários para responder WhatsApp, e-mail, receber e retornar as ligações telefônicas, talvez seja um um bom começo.
Eu, por exemplo, após concluir que não estava conseguindo respeitar a minha própria agenda, passei a dividi-la em três áreas específicas:
PESSOAL
PROFISSIONAL
CONDOMÍNIO (já que estou síndico do meu condomínio)
Além disso, criei uma competência identificada como DEMANDAS DO DIA, na qual passei a lançar tudo o que recebo no dia e que estava fora da programação. A ideia é, no final de cada dia, definir como aquela nova demanda será encaminhada e não esquecida.
Apesar de tudo isso, mesmo assim, com o ritmo acelerado dos dias atuais, ainda encontro dificuldade em respeitar a minha própria agenda.
E você, será que poderá compartilhar a sua experiência em respeitar e/ou desrespeitar a agenda?
Carlos Kelsen Silva dos Santos
Advogado, Sócio do Lucio Teixeira dos Santos Advogados, Autor do Quadro “Visão Jurídica”, que acontece todas as terças-feiras, durante o programa Cidade Notícias, na Rádio Cidade 94FM; Autor do livro “Planejamento Estratégico em Escritórios de Advocacia : a importância de planejar a prestação de serviços”.