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Justiça também se faz dentro de casa!

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Não podemos falar em justiça sem democracia, sem paridade!

O dia 1º de dezembro de 2020, ficará marcado para sempre como mais um dos grandes marcos de luta e conquista da democracia, o destino da participação mais justa das advogadas dentro da própria casa, deu um passo à frente.

Nosso destino, aparentemente, esteve nas mãos de apenas 27 homens, presidentes das seccionais espalhadas pelo Brasil, que na data referida, estiveram reunidos para votação, mas engana-se quem pensa que apenas eles decidiram; como de costume, a luta por espaços envolve a todos, principalmente os que encontram-se nos bastidores. E é por isso que mesmo a nossa seccional não tendo sido voz forte nessa primeira vitória, a advocacia do Rio Grande do Norte que de forma maciça foi para suas redes sociais e se engajou nessa conquista, merece os nossos aplausos. Vocês, advogadas e advogadas do Rio Grande do Norte, me representam.

Se nós, da casa da Justiça, diuturnamente nos dedicamos à luta pela efetivação do direito das mulheres, por que não arrumamos a própria casa e damos o exemplo?! Foi neste sentido e reconhecendo a importância da paridade de gênero, que votou o Presidente Nacional, Felipe Santa Cruz, levando, com seu voto de minerva, os  treze votos à favor de que a regra tenha início já no próximo pleito institucional em 2021, à vitória.

As seccionais vencidas e que votaram de forma negativa ao entendimento de que a regra deve entrar em vigor já nas próximas eleições, dentre elas a do Rio Grande do Norte, colocando como condição um plebiscito, foram: AC, Al, AM, CE, ES, MA, RN, SC, RR, SE, TO, MT, AP.

Sim, temos urgência, são séculos de luta e desigualdade e quem se levantar contrário a necessidade de termos mecanismos que possibilitem essa paridade, não compreende muito a história do nosso próprio país, não compreende bem a nossa própria história.

Nós, Advogadas, representamos 602.977 (seiscentas e duas mil e novecentos e setenta e sete) de num universo de 1.281.132 (um milhão, duzentos e oitenta e um mil, cento e trinta e dois) membros da advocacia, e neste exato momento não possuímos uma única mulher presidente de seccional; porém, nem de longe podemos dizer que isso ocorre devido ao despreparo do Gênero.

Apoiar o Projeto Valentina, que recebeu este nome em homenagem a conselheira Valentina Jungmann, propositora do projeto, é reconhecer a importância da Advocacia Feminina.

Agora, advogadas, nossos nomes, e números de inscrição na Ordem são muito lembrados em períodos de eleição, afinal, somos muitas, somos a metade dos quadros, somos capazes de decidir um pleito; então façamos valer aquilo que defendemos todos os dias, Direitos!

Aproveito a data de hoje, que sucedeu votação tão importante para parabenizar toda a Advocacia Criminal, linha de frente na defesa do Estado Democrático de Direito, pelo seu dia comemorativo, em especial e devido a recente vitória, às advogadas criminalistas.

A luta não acabou, advogadas e advogados que lutam por Justiça, dia 14 (quatorze) de dezembro a votação estará no plenário do Conselho Federal da OAB, poderemos mais uma vez, acompanhar quem realmente nos dá voz e vez.

“Aqui, Justiça começa a ser feita!” (OAB / RN)

Que saibamos fazer Justiça!

Ana Paula Trento – Advogada, Vice-presidente da Abracrim RN, Diretora Institucional da Abracrim Mulher Nacional, Auditora do TJDRN, Pesquisadora, Escritora e Idealizadora do Coletivo Clara Camarão, Pós graduada em Direito Público com enfoque em Processo Penal e Direito Eleitoral.

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