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O que você faria de diferente se iniciasse a advocacia na próxima semana?

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No lançamento da plataforma jurídica JURINEWS, mais especificamente na coluna Direito & Gestão, em artigo intitulado “o protagonismo do advogado nas soluções jurídicas”, apresentei algumas considerações a respeito das fases que vivi na advocacia, dando destaque ao atual papel que deverá ser desempenhado pelos advogados.

Após uma tarde rica em informações, acompanhando os debates que estão ocorrendo na FENALAW 2020, pela primeira vez em formato virtual, passei a direcionar o olhar para a seguinte indagação: o que você faria de diferente se iniciasse a ADVOCACIA na próxima semana?

Confesso que para responder a referida indagação, indisponível retornar ao tempo e, como consequência, relembrar os primeiros passos na advocacia.

O ano era 1994, quando iniciei o curso de direito na UNIPEC – Faculdade Unificada para o Ensino das Ciências, que posteriormente veio a ser reconhecida e transformada na Universidade Potiguar – UnP, localizada em Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte.

Na época, apenas 3 (três) instituições de ensino superior ofereciam vagas para o curso de direito, sendo a UNIPEC a única da rede privada.

Desde o primeiro semestre do curso, tive a oportunidade de fazer estágios em órgãos da administração pública (Procuradoria do Município de Natal, Procuradoria da República e Delegacia Regional do Trabalho) e em escritórios de advocacia (Heriberto Escolástico Bezerra Júnior Advogados e Eider Furtado Advocacia), sendo o último onde passei 10 anos e 11 meses, quando somado o período de estágio e de advogado associado.

Após o referido período, dei início a carreira como advogado dono no meu próprio escritório (Barbalho & Santos Advogados), onde estabeleci uma parceria com o hoje ex-sócio Tales Rocha Barbalho para, na outra etapa, participar do nascimento do Lucio Teixeira dos Santos Advogados, onde divido as responsabilidades do dia a dia com os sócios Lucio Teixeira dos Santos (meu pai) e Klevelando Augusto Silva dos Santos (meu irmão), tendo como braço direito a Kallina Gomes Flôr dos Santos (minha esposa).

Como em um piscar de olhos, do início do curso de direito se passaram 26 anos, enquanto da formatura e inscrição na OAB/RN se passaram 21 anos e do escritório Lucio Teixeira dos Santos Advogados nos aproximamos do 10° ano de existência.

Chegando a 2020 e fazendo a análise da nossa estrutura física, da nossa equipe, da nossa forma de trabalho, dos nossos processos, dos nossos clientes, da posição que ocupamos no mercado, das áreas em que atuamos e dos recursos tecnológicos que dispomos, começo a perceber que, apesar de todo o tempo de atuação, cada vez mais tenho a sensação de que estamos começando.

Afinal, nossos clientes, apesar de antigos, passaram a nos exigir coisas novas, mais tempo disponível, mais rapidez nas respostas, mais conhecimento em áreas diversas da jurídica, pensamento estratégico, participação nas decisões que envolvem a gestão dos seus negócios e contratos, passaram a acompanhar mais de perto o que escrevemos e até mesmo a exigir um pouco da condição de psicólogos.

Paralelamente, com o acréscimo das novas atribuições, começamos a ter dificuldade em atender todas as exigências, o que tem forçado a natural busca de novos conhecimentos.

Exatamente com base em tais constatações, respondo de modo claro que, caso eu fosse iniciar a advocacia na próxima semana ou até mesmo o curso de direito, acompanharia a lógica atual da atividade jurídica e afastaria a ideia de que um dia fui ensinado, em que se vinculava o profissional da advocacia ao estudante de leis, princípios e doutrinas.

O advogado de hoje necessitará, antes de qualquer coisa, estudar o mercado, o cliente, as novas tecnologias, um pouco de psicologia, um pouco de marketing, um pouco de finanças, economia e contabilidade, um pouco de estatística, ainda mais de administração (leia-se gestão) e, em especial, estabelecer áreas de atuação ainda mais específicas.

Certamente, com a lógica da sociedade de hoje, começar igual como comecei em 1999, dificilmente seria possível extrair o sustento (meu e da minha família) da atividade jurídica.

Tudo mudou e, por consequência, a ADVOCACIA está sendo obrigada a implementar MUDANÇAS. Acredito, inclusive, que já dei o primeiro passo – adquiri consciência do momento vivido – e VOCÊ?

Carlos Kelsen Silva dos Santos, advogado, sócio do Lucio Teixeira dos Santos Advogados, autor do Quadro “Visão Jurídica”, que acontece todas as terças-feiras, durante o programa Cidade Notícias, na Rádio Cidade 94FM; autor do livro “Planejamento Estratégico em Escritórios de Advocacia : a importância de planejar a prestação de serviços”

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