O programador russo Pavel Durov, fundador e dono do aplicativo Telegram, admitiu em seu canal na plataforma que o bloqueio determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi fruto de “negligência” da empresa.
“Parece que tivemos um problema com e-mails entre nossos endereços corporativos do telegram.org e o Supremo Tribunal Federal. Como resultado dessa falha de comunicação, a Corte decidiu proibir o Telegram por não ser responsivo”, escreveu Durov na noite desta sexta-feira (19).
“Em nome de nossa equipe, peço desculpas ao Supremo Tribunal Federal por nossa negligência. Definitivamente, poderíamos ter feito um trabalho melhor”, declarou o russo.
Em sua decisão, que atendeu a pedido da Polícia Federal, Moraes escreveu que “o desrespeito à legislação brasileira e o reiterado descumprimento de inúmeras decisões judiciais pelo Telegram – empresa que opera no território brasileiro, sem indicar seu representante –, inclusive emanadas do Supremo Tribunal Federal, é circunstância completamente incompatível com a ordem constitucional vigente, além de contrariar expressamente dispositivo legal”.
Durov falou, em seu texto, sobre as decisões que determinavam a exclusão de canais ligados a Allan dos Santos.
“Cumprimos uma decisão judicial anterior no final de fevereiro e respondemos com uma sugestão de enviar futuras solicitações de remoção para um endereço de e-mail dedicado. Infelizmente, nossa resposta deve ter sido perdida, porque o STF usou o antigo endereço de e-mail de uso geral em outras tentativas de entrar em contato conosco. Como resultado, perdemos sua decisão no início de março que continha uma solicitação de remoção de acompanhamento. Felizmente, já o encontramos e processamos, entregando hoje outro relatório à Corte”, explicou o russo, sem citar Allan dos Santos.
Ele ainda pediu que o Supremo leve em conta os “milhões de brasileiros que contam com o Telegram para se comunicar com seus familiares” e adia a decisão “por alguns dias”. Durov também prometeu nomear um representante no Brasil para tratar de assuntos judiciais.
Com informações do Metropoles