O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de seus familiares e de “aliados na Corte”. A medida foi divulgada horas após o ex-presidente Jair Bolsonaro ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), que incluiu buscas e apreensões, e determinou a utilização de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno.
Além de Moraes, mais sete ministros do STF foram afetados pela sanção. São eles: Luís Barroso, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Edson Fachin e ainda o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Só ficaram de fora da lista de sanções impostas pelo governo americano André Mendonça, Luiz Fux e Nunes Marques.
Rubio justificou a decisão acusando Moraes de perseguir Bolsonaro e promover censura. “A política de caça às bruxas de Alexandre de Moraes contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura que viola os direitos dos brasileiros e também atinge os americanos. Ordenei a revogação dos vistos de Moraes, seus aliados na corte, e seus familiares, de forma imediata“, declarou o secretário de Estado.
Até o momento, o STF não se manifestou sobre a revogação dos vistos.
MEDIDAS CAUTELARES
As medidas cautelares contra Bolsonaro foram determinadas no âmbito de um inquérito que investiga a atuação de seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar é investigado por supostamente agir junto ao governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover retaliações contra o governo brasileiro e ministros do Supremo, além de tentar barrar o andamento da ação penal sobre a trama golpista.
Em março deste ano, Eduardo Bolsonaro pediu licença de seu mandato parlamentar e mudou-se para os Estados Unidos, alegando perseguição política. A licença termina no próximo domingo (20).